Estados Unidos, 2002
Direção: Burr Steers
Com: Kieran Culkin, Susan Sarandon, Ryan Phillippe, Claire Danes, Jeff Goldblum, Bill Pullman e Amanda Peet
Duração: 97 minutos
Todas as certezas de um garoto atormentado pela vida, pela família, pela sociedade se transformam em dúvidas, em mais perturbação ainda. Não adianta você esperar por um conflito no meio do filme, porque ele inteiro é um conflito. É genial o modo como Igby condena o padrão de vida exigida pela sociedade. Ele viu o pai ser destruído por ela. É pedir demais que ele entenda que a culpa não foi da sociedade. A mãe é viciada em remédios, o irmão é o exemplo de perfeição, de como Igby deve ser (tem coisa pior pra ser?), o padrinho é um dissimulado, pra mim, ele só ajuda por convenção mesmo, é prestativo e sorridente por convenção, enfim... Por tudo isso, Igby tenta fugir como pode de qualquer educação fornecida pela sociedade. Ele não vai se corromper, vai resistir até o fim. Que se dane sua família, ele não liga! Que se dane tudo, ele não liga! Não? É possível fugir mesmo? É com esse tipo de dúvida que Igby vai se deparar. Os diálogos são brilhantes. As posições de Igby mexem com qualquer um. "Se o céu é tão maravilhoso, por que ser crucificado foi um sacrifício do cacete?", Igby. Daí você tira...
A atuação de Kieran Culkin como Igby é excelente. Engraçado que quem interpreta Igby criança é Rory Culkin (também excelente, apesar da pequena participação), irmão de Kieran (e de Macauley, claro). Redimindo a família, hein?! ^^
Durante toda a saga, você acompanha Igby ser expulso de quase todos os colégios de sua região, fugir da escola militar, ser internado numa clínica de desintoxicação, se divertindo sempre, e depois conhecer uma garota e se machucar por causa dela, se perder na própria identidade, amar e odiar ao mesmo tempo a mesma pessoa, entender que não se conhece e que o mundo não é exatamente como ele pensava. É um filme inteligente e perturbador. Uma perfeita tragicomédia.
Naíza
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