quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

L'Ultimo Bacio

(O Último Beijo)
Itália, 2001
Direção: Gabriele Muccino
Com: Stefano Accorsi e Giovanna Mezzogiorno
Duração: 115 minutos

Se o remake hollywoodiano (The Last Kiss, com Rachel Bilson – Summer de the O.C.) for igualzinho ao original italiano, me parece muito equivocado classificá-lo como comédia. Provavelmente não é igual, porque o papel de Rachel é um dos principais no remake, enquanto no original ele é muito secundário e a garota é bem mais nova também. Aliás, o filme italiano também é classificado como comédia em alguns meios. Mas eu realmente não creio que seja apropriado, nem que tenha sido o objetivo de quem o escreveu. É um drama. Com toques cômicos, mas drama. Provavelmente o diretor americano deve ter enfeitado mais pra se encaixar no gênero comédia-romântica – geralmente descartável, o preferido de seu público. Na Itália, é um drama, como o é de fato na vida.

Quatro homens em crise de meia-idade, identidade, relacionamento, tudo-que-aflige-um- homem-aos-trinta. Eis o tema clichê, mas muito bem descrito neste filme. Quatro perspectivas diferentes sobre o amor que se apóiam, se ouvem, gritam umas paras as outras. Os medos, as ilusões, as convicções. Tudo exposto de modo muito simples e real, sem grande afetação.

O interessante é você perceber como cada um deles vê o amor ou como eles amam sem saber o que é isso (ou não amam, enfim...). E também como, por amor, coisas que para você são imensamente imperdoáveis, se perdoem e as que são simples, se transformem num peso impossível de se levar adiante.

A principal das quatro histórias retratadas no filme, com certeza por ter mais trama, é a de Carlo e Giulia (Fermina Daza de Love In Time Of Cholera). Quando resolvem morar juntos, fazem promessas que os dois acham idiotice até o pensamento de serem quebradas, até, claro, os 30. Carlo acha uma solução muito sensata para não deixar a paixão sair de sua vida e seu relacionamento não acabar: trair Giulia com uma menina de 18 anos. Gênio ele, né?

Adriano vive um casamento de eternas brigas e é o mais inseguro dos quatro. Seu medo de deixar a mulher e o filho é constatemente reiterado por todos. Para mim, é a histórias mais interessante, mas eu tenho que admitir que a de Carlo é mais atraente à massa (igi! Sentiram o desprezo? Não foi de propósito, desculpem). Paolo é atormentado por um amor findo, menos para ele, e toma coragem para viajar e levar Adriano e Alberto com ele, não sem antes tentar convencê-los de que suas vidinhas são descartáveis. Alberto passou a vida de noites tórridas e adeuses. Quando esse tipo percebe que chegou aos 30 (até então ele jurava que tinha uns 20) entra na crise mais cômica. A única. Mas só é cômica porque não é com você (ainda). ^^


Naíza